quarta-feira, 22 de abril de 2015

A VIDA FODE: O NEGÃO DO GRINDR

Eu havia voltado de Caldas Novas e ainda estava com o apelido Turista no Grindr. Muitos rapazes puxavam assunto comigo perguntando de onde eu era e ficavam assim, surpresos quando eu respondia que sou daqui de Goiânia mesmo. Depois que fui relacionar que ser Turista em aplicativo pode ser um bom negócio para ter com quem conversar, ou melhor, com quem "deixar rolar".

Tudo bem, estou numa tarde chuvosa no trabalho, não tinha um único aluno para eu atender e o aplicativo começa a apitar, era um neguinho gostoso, daqueles alto, com alguns pelos, pinto enorme e com cara de líder de ministério na igreja evangélica. Papo vai, papo vem, ele manda fotos e do nada foto do pinto. Safadinho! Eu, fino e elegante respondo "Pena gato, não tenho foto 'íntima'".

Mesmo assim não deixo o assunto morrer. Ele pergunta a que horas saio do trabalho, eu respondo, ele pergunta se tenho compromisso pra mais tarde, eu digo que não, e ele pergunta se pode passar no colégio para irmos "dar uma volta". Me olho no espelho, sim, estou sensual e com os dentes escovados, eu respondo que sim.

Ele vem, entro em seu carro, falo sobre a minha vida, pergunto sobre a dele. Vamos a uma padaria, como um pedaço de pizza porque eu estava com fome e resolvo ficar ali conversando com o boy. Até que do nada ele pede para irmos embora. E eu: "Oi, quê?".


Pergunto a ele o que ele espera do aplicativo e ele responde com aquele discurso de que lá só rola gente fútil, que quer só sexo, que ele não transa no primeiro encontro, que aquilo lá é uma ilusão, que isso e que aquilo. E eu, como assim? Sou eu quem não tenho foto do pinto, não fui eu quem do nada na conversa mandou várias fotos do pinto, e que pinto, e ele que é o puro, casto, imaculado, Santa Virgem Mãe de Deus rogai por nós pecadores?



Desci na esquina do colégio, ele disse que a gente ia se falando. Eu disse tchau e quando entrei em meu carro excluí o número dele da agenda.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

A VIDA FODE: ATENTADO À DEMOCRACIA UMA OVA, PCO

Algo que me irrita bastante no brasileiro é o seu analfabetismo político. Me irrita as pessoas emitirem opinião para tudo ainda que o que sabem sobre o assunto seja pouco ou pura ilusões (o famoso preconceito). Também me irrita como as pessoas defendem algo e rejeitam outra coisa porque elas simplesmente se consideram de direita ou de esquerda, porque elas acreditam que um conjunto de ideologias políticas é um princípio sagrado, uma religião a ser defendida. Aliás, acho religião um câncer, principalmente aquelas que consideram possuir a verdade e só alcançar a verdade através dos seus próprios pressupostos.

Mas voltando a política, semana passada bombou nas redes sociais um texto do Partido da Causa Operária dizendo que a multa milionária dada ao Levy Fidelix por suas declarações homofóbicas é um "atentado" (é sempre bom usar uma palavra de efeito, né?) à democracia. Bem, atentado à democracia uma ova, PCO. 

Em tempos que homossexuais, bissexuais e transgêneros se mobilizam para tipificar como uns dos já existentes crimes de ódio também os crimes que decorrem em virtude da orientação sexual e da identidade de gênero é um disparate um partido que se declara revolucionário insistir na tese que nós queremos censurar a liberdade de pensamento/expressão. É um argumento tão ridículo e ignóbil que se torna irônico vir de um partido, super nanico, mas que em princípio os militantes possuem um pouco mais leitura sobre movimentos e causas sociais do que os típicos militantes dos grandes partidos de direita. 

Digo isso porque o fato de algo ser uma ideia, esse algo não se torna portanto inofensivo. Quer dizer, existem opiniões que manifestadas influenciam nas pessoas reações que são prejudiciais as outras pessoas, como por exemplo falar que os portugueses deveriam ter matado todos os índios brasileiros. Isto é uma opinião, sem dúvidas, mas será que uma ideia como esta deve ser tolerada? E afinal de contas, o que era o nazismo antes dele se tornar um regime político controlando uma nação rica e poderosa? A princípio só uma opinião, e por ser isso, opinião, o PCO pensa que censurá-la seja algo ruim para as pessoas. 

Outro aspecto errado nos pressupostos de muitas pessoas e do PCO é o que as pessoas entendem como a liberdade de expressão/opinião, um direito supremo. Em uma democracia contemporânea, o que bem ou mal o Brasil é deve continuar sendo, o que existe é o princípio da igualdade. Sendo assim nenhum direito deve ser superior ao outro, pois na mesma proporção que alguém tem um direito de opinião, este direito deve ser limitado se a opinião em questão atenta contra outras liberdades dos outras pessoas que são tão iguais a ela, direitos como a dignidade, a pluralidade, a honra e etc.

O senso comum das pessoas pode pensar que nós (homossexuais, bissexuais, transgêneros e pessoas que apenas acreditam na democracia e na liberdade) estejamos querendo uma punição ao fato de Levy Fidelix ter se referido aos homossexuais em virtude de nossos "aparelhos excretores". Não! Essa declaração é apenas a de maior impacto e portanto a mais folclórica é verdade, além de ser redutivista e preconceituosa. Mas o perigo na opinião de Fidelix é que em sua mesma fala ele atribuiu o que somos como algo anti-natural, nocivo as pessoas e que não devemos sermos aceitos como somos, ficando longe do resto da sociedade. Não é preciso ser muito esperto para saber o que uma pessoa que não aceita e quer distância de um determinado grupo de pessoas faz para que sua vontade seja alcançada, porém vou citar, as pessoas podem xingar, bater, separar, matar, e por aí vai, enfim, coisas que alguém tem dúvida que não seja variados tipos de violência?

Levy Fidelix ser punido e como uma pena relativamente custosa, afinal de contas, 1 milhão de reais não é pouco dinheiro para praticamente todo mundo, foi um sopro de esperança na Justiça Brasileira, criticada por seu caráter moroso, indulgente, permissivo, brando, e na possibilidade de que o Estado se importa com nosso grupo social, ainda que pouco. Além disso, Fidelix não pode reclamar da impossibilidade de em um processo público não ter a possibilidade de se defender e do contraditório. O Judiciário seguiu uma regra clara que o nosso próprio debate democrático traçou e vem se esforçando para melhorar em outros aspectos. As regras estavam lá, nós enquanto sociedade discutimos e as criamos, um homem que pretendia a presidência da República as conhecia.

O que o PCO quis com essa suposta defesa da democracia não sei. Parece que quis abraçar Deus e ao Diabo ao mesmo tempo, na medida em que é um partido de esquerda defender dizer que é contra os preconceitos em um curto parágrafo, porém defender a liberdade de dizer o que bem entender a um candidato de direita cujo desejo é que determinados segmentos sociais nem existam ou seja tratados longe dele. Também parece que o PCO é um partido muito mais interessado em seu sectarismo marxista, sendo por isso um partido minúsculo com sequer um nome de referência mesmo na cena política de esquerda, em sentido amplo, e por ser minúsculo ressentido com o pouco espaço midiático que possui, o que também é o caso do Levy Fidelix e daquele partido inócuo dele, o PRTB, que decidiu tomar para si a dores do outro por em certa medida com ele se identificar. 

De qualquer modo não acho nenhum declaração do PCO autêntica com respeito a assuntos diversos que fogem da discussão luta de classe (parto do pressuposto que a dialética marxista não serve para discutir racismo, machismo, homofobia, xenofobia, e outros assuntos com uma profundidade plausível e isenta). Falar de homofobia e transfobia por parte desse partido me parece muito mais uma forma de ganhar simpatia para defender uma causa que para ele é maior e mais relevante, o marxismo radical dele, tanto é que no site do partido sequer existe referência a uma militância LGBT.


terça-feira, 14 de abril de 2015

A VIDA FODE: A FEIRA DO CU

Goiânia possui várias feiras, em horários e dias distintos da semana. Existem pelo menos 7, uma para cada dia da semana em um raio de 1 Km de distância da minha casa. Algumas são bem famosas fora da cidade como a Feira Hippie, a do Sol, a da Lua e a da Nuvem. É muita astrologia, né? Outras são bem tensas, como a Feira da Marreta, onde você pode encontrar aquele seu X Box que foi roubado no último final de semana que você deixou a casa sozinha para ir à casa da sua tia, na cidade vizinha. Outras são boas para comprar carro usado, o Feirão no Serra Dourada por exemplo.

Mas uma feira em especial deve chamar mais a atenção dos gays de Goiânia e das pessoas que visitam a cidade e que a conhece, é a Feira do Cu. Ela não é famosa, aliás, é underground. Ela acontece todos os dias após a meia noite e vai até altas horas da madrugada no Setor Central. Os dias em que ela é mais movimentada são geralmente as vésperas de feriado, a sexta e o sábado a noite, sempre no início da madrugada, e ela ocorre nas ruas 2 e 3 e nas ruas paralelas, inclusive na Avenida Goiás. 

O ponto mais movimentado da feira é a esquina do estacionamento da agência do Itaú da Rua 2 e na Feira do Cu os feirantes são os garotos de programas, os produtos em exposição são os seus corpos, os jetskys são as motos e os banhistas são os pedestres.

Frequentar a feira do cu é um plus a mais após você sair bêbado da balada. Geralmente os garotos de programa são feios, tipo, destruídos. Alguns são mais tragáveis, tem cara de cafuçus, de trabalhador braçal da CEASA-GO e eu gosto desses.

Por algumas moedas eles mostram o pinto, isso quando não o mostra de graça. Alguns dias aparecem uns motoqueiros que saem do futebol e vão para lá mostrar as coxas duras e suadas. É recomendável prudência, alguns são drogados, as mazelas do crack como preferimos chamar, e por drogas fazem qualquer coisa, mostram o pinto, deixam ser chupados, fazem sexo e te assaltam. Outros cobram 30 reais para fazer o serviço completo, mas se você encontrar um garoto de programa bonito, o que é mais difícil, é no mínimo 50. 

Quando saio da balada ou fico no Setor Central até altas horas costumo ficar no carro dando voltas e voltas olhando os "expositores". Geralmente vou com amigos.  Paramos, perguntamos o preço, perguntamos quanto tem, pedimos para levantar a camisa. Por um bolo de moedas vemos o pinto, mas tentamos primeiro fazer com que eles "amostrem o pinto" assim, de graça. Um dia pagamos fintchy reais a um GP que estava debaixo do pé de árvore para fazer um cat no meu amigo. Mas diferente de Wanessão, ele era um GP de fato bonito e aliás, o mais bonito da feira. E o melhor, educadinho e fofinho. Poderia ser nosso namorado, se não fosse GP e tivesse um curso superior e um emprego digamos, mais nos padrões da família da família brasileira.

Já peguei dois garotos de programa de lá. O primeiro foi para realizar a fantasia de se pagar um garoto de programa. Fomos a um motel barato no qual fizemos o serviço completo. Ele tinha piercing no mamilo e dizia que trabalhava na Prefeitura, estava ali às vezes só por putaria mesmo. Humhum, sei! Todas as outras vezes que voltei à Feira o GP em questão estava lá, fazendo ponto e cara de bicha dixtruidora. 

O outro era mais tudo de bom, não que o primeiro não fosse. Mas esse era mais. Era careca, do tipo cabeça raspada, bermuda e roupa de esqueitista, 20 anos de idade. Magro, corpo normal. O modo de falar carregado de gírias dava para perceber que foi um típico adolescente que cresceu na rua e adorava matar de aula. Mas em casa tinha boa comida, roupas lavadas e uma cama arrumada pela mãe. Claro que num deduzi isso do nada, quando no carro perguntei a ele sobre a vida dele e ele sobre a minha. Senti que ele se sentiu um pouco envergonhado por eu tão jovem já ser formado e concursado, enquanto ele familiarmente falando tinha toda condição para estar em uma faculdade, tava na rua se virando para ganhar $50 para comprar entre muitas coisas um X-Salada no Pit-Dog.  Como sei disso? Porque enquanto eu chupava aquele pinto fino, pequeno e mole, mas que depois de alguns minutinhos se tornou um jeba quente, com cabeça de cogumelo e torta de 21 cm grossos pronta para me arrombar (e doeu... mas foi tão gostoso, quero mais, todos os dias), ouvi o seu estômago roncando. 

Geralmente os flertes na Feira do Cu acontecem e nunca são com os garotos de programa. Na verdade são com os caras de outros carros e como tem macho bonito nos outros carros. Nisso acho que eu que me tornei o garoto de programa. Já ganhei alguns litros de gasolina, na verdade álcool (para por no tanque, evidentemente), uns Subways, umas Heinekens (eu amo!), e um after no motel ou no apartamento do boy onde eu ganhei pinto, muito pinto, pinto demais, pinto gostoso e cheiroso na boca e na bunda. 

Na Feira do Cu é recomendável nunca se aproximar do garoto de programa na primeira vez. Nunca aconteceu nada disso comigo ou com meus amigos, mas a gente sempre ouve falar de clientes que são assaltados pelos GPs. Por isso dê uma volta e outra, não se importe com o assédio deles, geralmente eles falam isso provocando para você se aproximar, é um jeito de chamar o cliente. Eles são amistosos, afinal, são comerciantes. Além disso, utilize sempre as suas próprias camisinhas, principalmente se você for o passivo da rodada. E essa dica vale até fora da Feira do Cu, principalmente nesses tempos em que tem gente curtindo fazer clube do carimbo. 
Vá a Feira do Cu pegar os GPs, o dinheiro é seu e você é livre para isso, não tem nada e ninguém contra a lei ou fazendo o que não quer. Mas prefira sempre se envolver com os rapazes dos outros carros, pois geralmente são pessoas de intenções e caráter, bem como condições de vida mais semelhantes à sua. O que quero dizer com isso é que com eles a chance de você ser assaltado, roubado, ferido, enfim, ofendido são bem menores e o melhor, você não vai precisar pagar nada para eles te comerem. Alguns podem até virar seu contato no Facebook e sexta-feira noite pode te chamar no WhatsApp com algo do tipo "E aí viadinho, vamos liberar esse cuzinho hoje de novo?". Você vai achar grosseiro, mas na mesma hora seu pinto vai ficar latejando dentro da cueca  e seu cérebro escolhendo o look e o perfume do dia para ir encontrá-lo na praça de alimentação do shopping.

sábado, 11 de abril de 2015

A VIDA FODE: OS CONTATOS NÃO CORRESPONDIDOS

Um dia desses eu estava olhando a minha caixa de mensagens no Facebook quando eu reparei que existia um campo no qual eu recebia mensagens cujas notificações não apareciam para mim. Pensei, ai que loucura, ai que badalo. Fui lendo algumas e vi que muitas eram respostas de outras pessoas a comentários que eu fiz por aí em sites de notícias usando a rede social, inclusive provocações por eu ser um gayzinho eleitor da Luciana Genro.
Mas uma mensagem em questão me deixou mais assim, emocionado. Um boy desconhecido fez toda uma declaração de amor, nem tanto, para mim e eu nem vi. Tudo bem que depois ele voltou para o armário, acho que devido meu silêncio ele receou que eu fosse heterossexual, printaria a mensagem e colocaria a cara dele no Sol.
Sorte a dele que eu só printei e coloquei a mensagem dele no Sol, a cara e nem o telefone não. Fiquei chateado, fui olhar o perfil do novinho e até que ele dá um caldinho. Fiquei chateado por não ter visto e me senti super otária. Ao mesmo tempo me veio um lapso de esperança e autoestima por demasia elevada. Vai ver tem muito boy por aí para os quais mandei mensagens e que não me corresponderam porque eles foram otária como eu, por não saberem que existe uma pasta chamada outros no Facebook.
P.S.: O boy é evangélico, tá cheio de coisas de Jesus em seu perfil. Deve que ele arrependeu por imaginar que na hora de transar comigo o pastor da igreja dele fosse baixar em nosso quarto de motel.


"Não tenho paciência com quem tá começando". VIEIRA, Susana. 2012.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A VIDA FODE: CALDAS NOVAS II

Depois que eu voltei do clube fui para a casa do amigo e todo excitado com a primeira pegação que eu fiz em um clube de família. Me senti, por assim dizer, piranha. Mas enfim, por mais que tivesse gostado de tudo, a minha realização mesmo seria se o boy de 1,94 m da balada me pegasse. Porém, acho que ele estava bem ocupado com os amigos gays de infância dele, dali de Caldas Novas.
 
Bem, voltei aos aplicativos de pegação e resolvi conversar novamente com o boy com o qual eu havia conversado mais cedo. Papo vai e papo vem, eu perguntei a ele onde ele iria. Ele me responde que estava decidindo se iria a um churrasco ou ao show da Banda Calypso. Eu não sabia ao certo onde eu iria naquela noite, mas tipo, sair de Goiânia para assistir um show da Banda Calypso em Caldas Novas? Que morte horrível! Nunca precisei! Não tenho que levar desaforo para casa, eu tenho só um emprego, de servidor público do estado.
 
Mas enfim, fui puxando assunto com boy e descobri muitas coisas, ele estava a três quadras de mim, a irmã dele havia saído e não tinha dito onde iria e nem quando voltaria, ele tinha 18 anos e mandou uma foto. Ele era alto, nada de 1,94, mas era alto. Magrinho, nada de esquelético, mas magrinho do tipo que pode usar 36. E o melhor de tudo, era preferencialmente ativo. Tão me entendendo gente? O menino além de ter 18 anos, ter nascido no ano em que eu comecei a ser alfabetizado na turma da Tia Maria da Glória, era magrinho e ativo. Ou seja, provavelmente ele era pauzudinho.
 
 
Ver sua foto foi um tiro no coração. Comecei a cantar para ele Stay With Me e ele não entendeu nada. Droga, tive que traduzir. Ele me pediu tempo para trocar de roupa e assim sairmos para transarmos um sexo gostoso. Eu disse que iria escovar os dentes e voltei em 3 minutos. Disse a ele: "Olá, estou pronto!". Passou uns minutos e ele não disse nada. "Oi, você está aí?". Nada. "Meninoooooo??". Desisti quando enviei uma bela de uma "..." a ele. Era tão triste ver aquelas mensagens sendo enviadas e nenhuma lida.
 
 
Ok, fui me deitar... eu era o derrotado, o traído pela lua, acreditando que era pra valer, enfim, traído pela lua e louco por ele.
 
Amigo entra no quarto, acende a luz e manda eu me vestir para irmos ao show da Banda Calypso. E eu: Who? Enfim, é o que tem para hoje (Braccini, 2015), coloquei minha bota, da McBoot e não da Joelma.
 
No carro o amigo avisa, vamos passar na casa de um boy aí, é só amizade, mas vai nos fazer companhia. Eu sem muito o que dizer, penso, tão tá, né... O amigo encosta o carro, buzina, o menino vem, o cumprimenta e me cumprimenta e ao reparar o rosto do boy...
 

Era o boy barbudinho branquinho de Anápolis, ali dentro do carro do meu amigo. Se bem que poderia ser melhor só eu ele no meu carro. E ele conversou com a gente e falou sobre a vida dele e perguntou sobre a nossa. E ele também falou sobre o seu dia e nos perguntou sobre o nosso. Evidentemente eu omiti o que aprontei no clube da família trabalhadora do comércio goiano.
 
Bem, chegamos ao clube... o show tava começando. Pela primeira vez eu vi a Joelma e o Chimbinha de perto. Grande coisa! E como tinha caminhoneiras, sapatões ali, e gente do Maranhão e do Pará. Só sei que no final das contas chovia, eu me sentia de certo modo derrotado, mas olhei para aquele barbudinho branquinho dançando e pensei a respeito do que pode significar um peido para quem tá cagado. Soltei o Cavalo Manco que estava dentro de mim e me senti a vontade para rodar no salão.
 
E enquanto eu estava lá clamando pelo nome da Lady Gaga do Pará, molhado pela chuva fina e insistente que caia durante todo o show e vendo aquele boy sorrindo para mim meu celular vibra. Eis que eu leio, mas só respondo 40 minutos depois...

 
Enfim... Não rolou beijo, não rolou nada pessoal, eu não tomei iniciativa. E a festa acabou, a luz apagou, a noite esfriou e o povo sumiu e agora José? Fomos embora e nos despedimos formalmente. Chegamos na casa do amigo e eu pensei, quer saber, vou mandar um boa noite para ele. Mandei e disse que ele era lindo e muito do interessante. Ele retribuiu sendo reciproco nas colocações e a manteiga que é meu coração derreteu. Assim fomos flertando e resolvemos ter um after em Goiânia ou Anápolis. O resultado dessa novela, só nos próximos episódios.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A VIDA FODE: CALDAS NOVAS

O feriado de Páscoa começou e a intenção era ficar em casa economizando dinheiro, embora entediado eu sabia que eu não conseguiria fazer isto. Um amigo, que a muito tempo eu não via me chamou para ir passar o feriado na casa dos pais dele, em Caldas Novas – GO. Evidentemente eu aceitei, porque não é sempre que a gente pode ir à cidade das águas quentes com a hospedagem e as três refeições do dia por conta da Tia Lu, a dona da casa. Além disso, eu estava louco pelo boy de 1,94 m da balada e que um dia eu o vi na Feira do Cu com meus amigos. O referido boy de 1,94 m no outro dia foi pedir ao meu outro amigo, o que estava nesse dia comigo na feira do cu, o meu telefone e começou a puxar assunto comigo, no melhor estilo, não te amo, mas quero te comer. Tudo bem, eu fiquei feliz logo de cara com isso.


Bem. Cheguei em Caldas Novas e aquela magnifica rede 3G da propaganda da Claro estava, por assim dizer, tragável, ainda. Liguei os aplicativos de pegação e o boy de 1,94 m da balada estava on line. Seguindo a tendência que eu vinha praticando nos últimos dias eu puxei assunto no WhatsApp com um bom dia. Ele muitos minutos após visualizar a minha mensagem resolveu me responder comentando sobre eu também estar em Caldas Novas, assim como ele. Mas como eu já havia deduzido, em meio a água quente ele não iria fazer o que se ele quisesse mesmo ele já teria feito em Goiânia. Então, coloquei a fila para andar. Fui puxando assunto com outros boys, vários responderam e a maioria, como de praxe, ficou pelo meio do caminho. 

Um deles era o barbudinho branquinho de Anápolis. Puxando assunto mandou foto, foi uma via crucis baixa-la naquele 3G morte horrível. Porque não põe logo 4G nesse inferno? Ele pareceu delicinha, mas justifiquei a ele que eu enviar foto era muito complicado ali porque a conexão estava tipo muito ruim, e se estava. Ele deixou de conversar comigo e eu fiquei arrasado por mais um boy do Grindr me deixar no vácuo. 

Ok, partir para o próximo e comecei a teclar com um novinho dali de Caldas Novas mesmo até que chegou a hora que ele me enviou seu número para o WhatsApp, foi bem melhor. Tudo bem que ele era bem o tipo de pessoa que se a gente não puxa assunto ele não conversa, mas a conversa até que rendeu. Fui almoçar, me despedi e deixei ele lá.
Enfim, a tarde no clube aproveitei bem o tempo nublado para tomar banho de piscina quente e de sauna. Foi então que resolvi seguir o conselho do amigo com os pais em Caldas Novas. Resolvi encarar os outros meninos dentro da sauna se eles me olhassem primeiro. Sempre fui muito casto, imaculado e santa virgem mãe de Deus para fazer esse tipo de coisas, nesses lugares, assim. Mas enfim, resolvi arriscar.

Estou eu lá, com meus olhinhos fechados, passando a mão nos pelinhos suados da minha barriga quase de ursinho até que um sujeito entra e se senta próximo a mim. Dou uma olhada e ela dá uma mexida na sunga com a mão esquerda, aquela na qual estava aquele dedo com uma aliança dourada de homem casado. Ok, nada demais. Fechei os olhos e comecei a pensar novamente no amor, na morte e nas paixões, na vida como ele é em como a toda nudez será castigada. Aí ouço o sujeito casado se mexendo, eu olho e ele tá mexendo na sunga em cima do pinto. Eu olho com aquela cara de "I like this". Ele mexe novamente e com mais força. Então eu senti um frio, uma adrenalina feat medo, fui para a pré sauna para tentar me refrescar da onda de calor repentina. Ele vem atrás e quando todos saem do ambiente ele abre a sunga e mostra o pau.

Resumindo, a gente se pegou no banheiro vazio do refeitório. E também teve outro boy, que depois mais tarde e com experiência de como rola pegação em clube de família eu beijei atrás das caixas d'água do clube. E quer saber, eu simplesmente a-d-o-r-e-i.

Continua no próximo capítulo.